15 de fevereiro de 2014

A Busca da Verdade - Condição para o Desenvolvimento do Pensar Espiritual.

Na busca da Verdade

José Paulo Ferrari

“Nossa velha e astuta raposa ou o esperto cão, que anseia sempre tudo possuir sem nada oferecer, bem como nosso ardiloso leão que, de uma maneira ou de outra, como o centro de nossa personalidade, quer sempre fazer prevalecer nossa autoridade e razão…”

O maravilhoso quadro de Albrecht Dürer, sem dúvidas, preserva inúmeros elementos simbólicos, sobretudo alquímicos, que em muito pode inspirar a Alma Humana na busca da Eterna Verdade.
A princípio, provavelmente, ele nos diga que para que possamos descerrar os mistérios preservados na Antiga Tradição, através das seculares páginas do Velho e do Novo Testamento, necessário se faz que fechemos todas as outras obras que até então conduzia nossa débil compreensão e façamos adormecer, em nosso interior, a “velha e astuta raposa ou o esperto cão”, que anseia sempre tudo possuir sem nada oferecer, bem como o ardiloso “leão” que, de uma maneira ou de outra, como o centro de nossa personalidade, quer sempre fazer prevalecer nossa autoridade e razão.
É preciso, entre outras coisas, desrevestirmo-nos de nossos orgulhos e ambições. E, com humildade, retirar as sandálias da arrogância e depositá-las sob o banco, para tocar com suavidade o solo sagrado da Sabedoria com a nossa própria Vontade, que deverá ser dirigida sempre pelos princípios d’Aquele que se deixou imolar na Cruz.
Colocar-se sob o tempo, sem anseios e vaidades, a ponto de desnudar a inteligência, de tal forma que sobre a cabeça cobertura não haja a não ser o entendimento legado pelo tempo, será – também – a única forma de encontrar nas palavras o sentido vivo de seus significados e poder contemplar, à luz pura da Natureza que tudo ilumina, a Verdade que a Palavra Original criou no Princípio do Nada.
Ainda, se não abrirmos as oito janelas que permitem a entrada da Luz da Equidade, muito pouco nossos débeis olhos enxergarão, já que sempre nos encontramos enclausurados nas penumbras dos limites de nossa própria ignorância e de nossa rala compreensão. Será, também, sob os efeitos do esplendor dessa nobre luz, que aos justos e do bem sempre ilumina, que manteremos o singular entendimento da finitude que pesa sobre nós, recordando sempre da mortalidade de nossos corpos e da simplicidade de nossa posição diante da Criação.
Finalmente, precisaremos descobrir a importância da solidão, do retiro, do isolamento e da interiorização, como primeiros instrumentos que promoverão a paz que se fará em nós e trará e verdadeira revelação, não à nossa inteligência, mas ao fundo de nosso coração!
Busquemos, pois, a quietude e a comunhão que nos darão a revelação.


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