Apresentação
de Tema Livre premiado no XII Congresso Brasileiro de Medicina Antroposófica e
publicado na Revista Arte Médica Ampliada.2015; 35 (4): 166-92.
Implantação
do Observatório de Medicina Antroposófica no Sistema Único de Saúde do
Município de Uberlândia. Avaliação do primeiro ano de experiência.
Justificativa:
Seguindo-se a aprovação da Política de Práticas Integrativas e Complementares
no Estado de Minas Gerais em 2006, Uberlândia promulga no ano de 2013 a Lei nº
11309 e o decreto nº 14597, que dispõem
sobre o programa municipal de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde1.
Em 2014 a Medicina Antroposófica foi incorporada ao Núcleo de Práticas
Integrativas e Complementares em Saúde do Município e iniciou se a implantação
do Observatório de medicina Antroposófica.
Objetivo:
Implantar um serviço de assistência aos beneficiários, de conscientização e
treinamento aos profissionais de saúde, de incentivo a pesquisa e de
sensibilização da comunidade para uma prática médica que visa a saúde integral,
no seu contexto vital, emocional, social e espiritual.
Métodos: A
implantação do serviço iniciou em agosto de 2014, com um curso de noções
básicas de Antroposofia aplicada à saúde para os profissionais da rede
municipal, ambulatório médico e grupo terapêutico para tratamento da dor
crônica refratária em pacientes com doenças osteoarticulares e treinamento de
profissionais para o acompanhamento dos primeiros três anos da criança desde
sua geração, gestação, parto e puerpério.
Resultados:
Dez profissionais iniciaram o curso: 3 psicólogas, 1 nutricionista, 1 médica ginecologista-obstetra,
1 médica pediatra, 1 técnica de enfermagem, 1 fonoaudióloga, e 1 educadora de
Escola Municipal de Educação Infantil. No primeiro semestre o conteúdo do curso
foi sobre as noções básicas de antroposofia e vivência de cura em si mesmo. No
segundo semestre os alunos iniciaram o acompanhamento ao atendimento médico e
terapêutico antroposófico nos pacientes com dor crônica. Estão sendo preparados
para o acompanhamento dos primeiros três anos da criança que se iniciará no
próximo semestre.
Conclusão:
Os alunos, os beneficiários e os profissionais do Centro de Reabilitação
aderiram a abordagem médica Antroposófica. Ela tem sido reconhecida como uma
eficaz complementação terapêutica principalmente em casos de doenças crônicas
refratárias e como uma proposta inovadora para um trabalho conjunto com a
equipe de humanização do parto da secretaria municipal de saúde e dos
profissionais da educação infantil da secretaria municipal de educação.
1- Brasil. Decreto Nº 4309-A, de 30 de
dezembro de 2013. Diário Oficial do Município,
Uberlândia, MG.
Dispõe sobre o programa municipal de práticas integrativas e complementares em
saúde- PMPICS, e dá outras providências.
Utilização
da abordagem antroposófica em pacientes com doenças crônicas osteoarticulares refratários
ao tratamento convencional no Centro de Reabilitação da Secretaria Municipal de
Saúde de Uberlândia. Resultado apresentado no XII Congresso
Brasileiro de Medicina Antroposófica e na Revista Arte Médica Ampliada.
2015;35(4):158-65
Avaliação
da abordagem médica antroposófica na dor crônica de pacientes portadores de
doenças osteoarticulares no centro de reabilitação da secretaria municipal de
saúde de Uberlândia.
Justificativa:
Com a finalidade de ampliarmos o tratamento em pacientes portadores de dor
crônica, implantamos um protocolo de atendimento médico antroposófico, nos
pacientes portadores de dor crônica osteoarticular no Sistema Único de Saúde.
Objetivo:
Avaliar a evolução dos pacientes com dor crônica resistente ao tratamento
convencional, submetidos a abordagem médica antroposófica.
Métodos:
Pacientes com dor crônica refratária ao tratamento convencional foram avaliados
em consulta, tratados com medicamentos antroposóficos e acompanhados em grupos
de meditação terapêutica. Os grupos foram semanais, num total de 11 encontros,
com duração de 2 horas. A meditação terapêutica consistiu na realização de
exercícios meditativos, visão panorâmica e retrospectiva de vivências
cotidianas, reprogramação de traumas, padrões e crenças negativas associados
aos sintomas. 1
Resultados:
Foram avaliados 33 pacientes no período de agosto de 2014 a janeiro de 2015.
Destes, 15(45%) iniciaram o grupo terapêutico, 12(80%) eram do sexo feminino,
3(20%) do sexo masculino, a idade variou de 30 a
67 anos, média de 49,8 anos.
Dentre as 12 pacientes do sexo feminino, 9(75%) referiram trauma psíquico e
7(58%) foram vítimas de violência doméstica. Dos 15 pacientes tratados 4(26,6%)
apresentaram diagnóstico de Hérnia de disco e espondiloartrose, 3(20%) de osteoartrose,
5(33%) de tendinopatia, 1(7%) de fibromialgia, 2 (13%) de complicações pós
traumatismo. Todos os pacientes apresentavam sintomas psíquicos de ansiedade, 5
de insônia, 3 de síndrome do pânico, 5 de depressão e 1 de psicose. Dos 15
pacientes, 8(53%) realizaram de 3 a 7 sessões terapêuticas, 4(27%) realizaram
de 8 a 9 sessões e 3(20%) completaram as 11 sessões terapêuticas. Dos 8
pacientes que realizaram até 7 sessões terapêuticas 5(63%) apresentaram melhora
do quadro inicial e 1(12%) apresentou remissão da dor. Dentre os 7 pacientes
que realizaram acima de 7 sessões terapêuticas 2(29%) relataram melhora
significativa do quadro inicial e 5(71%) a remissão da dor.
Conclusão:
A complementação com a abordagem antroposófica possibilitou a melhora e a remissão
da dor em 80% e 50% retrospectivamente dos casos. Todos os pacientes com dor
apresentavam sintomas ou trauma psíquicos associados. A remissão foi mais
frequente nos pacientes que realizaram acima de 7 sessões terapêuticas.
1- Steiner,
Rudolf. O conhecimento dos mundos superiores: a iniciação. 4ªed.- São Paulo:
Antroposófica,1996.
Implantação
da Meditação Terapêutica fundamentada pela antroposofia como tratamento não
farmacológico de baixo custo, fácil operacionalidade e maior alcance. Resultado
apresentado no XII Congresso Brasileiro de Medicina Antroposófica e na Revista
Arte Médica Ampliada. 2015;35(4):158-65
Meditação
terapêutica fundamentada pela antroposofia no sistema único de saúde de
uberlândia – promoção da saúde através do autoconhecimento.
Justificativa:
A meditação terapêutica fundamentada pela antroposofia é um recurso terapêutico
que possibilita a saúde integral através da promoção do autoconhecimento.
Favorece a ampliação e o aprofundamento do trabalho médico diagnóstico,
terapêutico e educativo realizado no consultório.
Objetivo:
Implantar grupos de meditação terapêutica fundamentada pela antroposofia como
um recurso terapêutico e educativo de baixo custo, fácil operacionalidade, e de
maior alcance para pacientes em tratamento médico antroposófico no Sistema
Único de Saúde.
Método:
A meditação terapêutica foi implantada em 2 grupos semanais, de 2 horas, um
total de 11 encontros, em 15 pacientes com doenças crônicas osteoarticulares
refratárias ao tratamento convencional. Esta prática utilizou-se de exercícios
meditativos, reflexões contemplativas, visão panorâmica e retrospectiva de
vivências cotidianas, observação e contextualização dos sonhos e cenas
biográficas. A finalidade do processo foi a educação do pensamento, a harmonização
do sentimento, o fortalecimento da vontade e a reprogramação de traumas,
padrões e crenças negativas. Os pacientes foram treinados a observarem as
reações mentais, emocionais e comportamentais que os eventos cotidianos lhes
provocavam e a investigarem a correlação das mesmas com sua dor física ou
psíquica. Estas reações quando identificadas foram trabalhadas visando a
superação e transformação das mesmas.
Resultados:
Iniciamos com dois grupos, um total de 15 pacientes. Doze (80%) pacientes eram do
sexo feminino e 3(20%) do sexo feminino. Dentre as 12 pacientes do sexo
feminino 7 (58%) foram vítimas de violência doméstica e 1(8%) de trauma
psíquico. Treze pacientes (87%) aderiram e realizaram satisfatoriamente o
processo. Destes 13, todos apresentaram melhora dos sintomas iniciais e 6(46%)
apresentaram remissão da dor. A melhora significativa e remissão dos sintomas
foram verificadas nos 7(47%) pacientes que realizaram mais de sete sessões
terapêuticas e naqueles que se conscientizaram e transformaram a reação mental,
emocional e comportamental desencadeadora do processo. Todos os pacientes
tinham sintomas psíquicos associados a dor crônica.
Conclusão:
A meditação terapêutica fundamentada pela antroposofia mostrou-se capaz de
despertar o paciente para a sua responsabilidade no seu processo de
adoecimento, de oferecer recursos para a sua própria intervenção, e de
possibilitar aos médicos uma oportunidade de ampliarem o seu trabalho
educativo.
Apresentação de tema livre no XIII Congresso Brasileiro de Medicina Antroposófica
Influência do estresse emocional materno nas infecções de vias aéreas superiores recidivantes em crianças no primeiro setênio.
Justificativa: A
Academia Americana de Pediatria admite que as dificuldades sociais e emocionais
das famílias se intensas e continuadas podem ocasionar um prejuízo no
desenvolvimento cerebral e na resposta imunológica das crianças devido ao
estresse tóxico. R.Steiner, descreveu a relação entre saúde, moralidade dos
adultos e impressões inconscientes nas crianças. 1
Objetivo: Avaliar
o impacto do cuidado médico e terapêutico antroposófico das mães na evolução
das crianças com infecções de vias aéreas superiores redicivantes no primeiro
setênio de vida.
Método: Foram
avaliadas 6 mães e 6 crianças com infecções de vias aéreas superiores de
repetição, sem remissão com o tratamento alopático por um período de 3 meses há
2 anos. As crianças foram medicadas e reavaliadas mensalmente ou
quando intercorrência. As mães foram encaminhadas para um trabalho de meditação
terapêutica com o intuito de se reconhecer os eventos estressores
e trabalhar a capacidade de enfrentamento e resiliência.2
Resultados: Seis mães foram submetidas a meditação terapêutica,
um total de 11 sessões, em um período de 4 a 12 meses. A idade das mães variou
de 34 a 44 anos, média de 38 anos. Os sintomas emocionais das mães na admissão
foram: medo(3), culpa(1), raiva (6), insegurança(1), abandono(1),
irritabilidade (1). Todas as mães relatavam eventos estressantes no momento
atual: promoção cargo de coordenação(1), perseguição no trabalho, pai
esfaqueado pelo tio(1), brigas com o ex marido e mãe (1), perseguição no
trabalho, demissão(1), estresse no doutorado, agressões da orientadora(1), conflito
na criação dos filhos com o marido, crise financeira(1). A idade das crianças
variou de 1 ano e 2 meses a 6 anos, média de 3,5 anos. Eram 3 do sexo feminino
e 3 do sexo masculino. Os diagnósticos das crianças na admissão foram:
sinusite(3), otite(3), amigdalite(2), conjuntivite(1), IVAS(2), bronquite(3). Os
sintomas emocionais das crianças foram: agitação(3), irritabilidade(3), agressividade(1),
medo(2), timidez(2), distúrbio do sono(5). A remissão do quadro infeccioso e de suas
recidivas foi verificada em todas as crianças entre o 1º e o 5º mês do
tratamento da mãe.
Conclusão: Todas as crianças com infecção das vias aéreas
superiores de repetição avaliadas apresentavam-se com as mães em um momento de
vida estressante. Através da meditação terapêutica as mães superaram os eventos
estressores. A estabilização do quadro clínico das crianças seguiu-se a estabilização
do quadro emocional materno.
1- Soldner G. Saúde e Qualidade de Vida. XI Congresso
Brasileiro de Medicina Antroposófica- Palestras Magnas. Rio de Janeiro,2013.
2- Alvares TH. Meditação Terapêutica fundamentada pela antroposofia no
SUS de Uberlândia. Anais do XII Congresso Brasileiro de Medicina Antroposófica.
Arte Méd Ampl.2015;35(4):174.
Ambulatório de Antroposofia Aplicada a Saúde e educação de pais e crianças no SUS em Uberlândia
Grama IT, Miranda GN, Dantas ETA, Alvares TH
Justificativa:
Atualmente o estresse infantil é considerado um problema de saúde pública e é
considerado tóxico quando é continuado e a criança não recebe suporte de um
adulto para superá-lo.1 A prevenção do estresse tóxico deve-se
iniciar com a educação e conscientização dos pais a respeito da importância do
cuidado afetivo e da conduta moral e protetora.1
Objetivo:
Promover um trabalho terapêutico dos pais e crianças para a
superação de crises. Desenvolver um espaço pedagógico inspirado pela
Antroposofia para a promoção do desenvolvimento saudável das crianças.
Métodos: Todas as crianças acima de quatro anos com queixas
físicas ou emocionais foram encaminhadas com os pais ao ambulatório de
Antroposofia. Este ambulatório tem como integrantes: uma arte terapeuta, uma
médica pediatra, uma psicóloga, e a médica antroposófica coordenadora da
equipe. As crianças organizadas por idades participaram de atividades
pedagógicas apropriadas para cada faixa etária conduzidas pela pediatra e arte
terapeuta, e seus pais participaram do grupo de meditação terapêutica com a
médica antroposófica e a psicóloga.
Resultados: Foram avaliadas 25
crianças de 4 a 13 anos, média de 8 anos, 22 do sexo masculino e 3 do sexo
feminino, no período de agosto de 2016 a julho de 2017. O motivo do
encaminhamento para a Antroposofia foi: TDH(10), Agressividade(06), Ansiedade
social(07), Transtorno de habilidades escolares(13), agitação e inquietação
(06), compulsão alimentar (02), enurese diurna, noturna e encoprese(1), enurese
noturna(1), transtorno desafiador opositivo(2), autismo(2). As causas de
estresse encontradas foram: violência doméstica(5), abandono/rejeição(10),
álcool e drogas pais(04), prematuridade(02), complicação do parto (1) doença
psiquiátrica materna (05), Perda afetiva (1), violência social(2), bullying
(1). Das 25 crianças avaliadas, 9 e seus pais aderiram ao tratamento e
participaram de 6 a 7 encontros. 8 apresentaram melhora dos sintomas iniciais: 2
em relação ao transtorno de ansiedade, 4 na dificuldade de aprendizagem, 1 na
hiperatividade e agressividade e 1 na agitação, ansiedade social e
agressividade. Os pais se sentiram mais seguros com o acolhimento e otimistas com
uma nova maneira de compreender e abordar as dificuldades dos filhos.
Conclusão:
Todas as
crianças avaliadas apresentaram um alto nível de estresse. Para o manuseio do
estresse tóxico é fundamental prepararmos nossas instituições para o cuidado
com as famílias.
1-Shonkoff JP. Protecting brains, not simply stimulating minds. Sience,
vol.333, 19 de agosto de 2011.
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