Antroposofia no SUS


No ano de 2006 com a publicação da portaria GM 1600, de 17 de julho de 2006, a Medicina Antroposófica é integrada à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), contemplada na portaria GM971, de 3 de maio de 2006. Estabeleceu-se a instituição de " Observatórios de Medicina Antroposófica" para o monitoramento e avaliação de suas atividades junto ao SUS.

No município de Uberlândia em 27 de dezembro de 2013 é promulgada a Lei nº 11309, e em 18 de fevereiro do mesmo ano o decreto nº 14597 que autoriza a criação do Programa Municipal de Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PMPICS) e dispõe sobre o mesmo.

O Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde do município é criado através da nomeação de seu coordenador Abrahão Nunes da Silva e a Medicina Antroposófica e outras Práticas como a Acupuntura, Fitoterapia e Plantas Medicinais, Homeopatia, Práticas Corporais, tornam-se integrantes do mesmo no ano de 2014.

Atividades do Observatório de Medicina Antroposófica desde sua criação:
8 de março de 2014 - Palestra no SUS em Movimento

10 e 14 de julho de 2014 - Palestra: Apresentação da Abordagem Antroposófica e sua importância no SUS. Convite ao I Curso de Noções Básicas de Antroposofia Aplicada à Saúde para os profissionais da saúde do SUS.
                                       



9 e 10 de agosto - Início do I Curso de Noções Básicas de Antroposofia Aplicada à Saúde para os profissionais do SUS.
                                         



                                      

                                      

                                      
                                       
                                                                  

                                      


29 de julho a 1º de agosto de 2015 - Participação no XII Congresso Brasileiro de Medicina Antroposófica, em Juiz de Fora- MG. Apresentação do Trabalho realizado em Uberlândia.


Meditação Terapêutica Fundamentada pela Antroposofia no Sistema Único de Saúde de Uberlândia- Promoção da Saúde através do autoconhecimento.

Justificativa: A meditação terapêutica fundamentada pela antroposofia é um recurso terapêutico que possibilita a saúde integral através da promoção do autoconhecimento. Favorece a ampliação e o aprofundamento do trabalho médico diagnóstico, terapêutico e educativo realizado no consultório.
Objetivo: Implantar grupos de meditação terapêutica fundamentada pela antroposofia como um recurso terapêutico e educativo de baixo custo, fácil operacionalidade, e de maior alcance para pacientes em tratamento médico antroposófico no Sistema Único de Saúde.
Método:  A meditação terapêutica foi implantada em 2 grupos semanais, de 2 horas, um total de 11 encontros, em 15 pacientes com doenças crônicas osteoarticulares refratárias ao tratamento convencional. Esta prática utilizou-se de exercícios meditativos, reflexões contemplativas, visão panorâmica e retrospectiva de vivências cotidianas, observação e contextualização dos sonhos e cenas biográficas. A finalidade do processo foi a educação do pensamento, a harmonização do sentimento, o fortalecimento da vontade e a reprogramação de traumas, padrões e crenças negativas. Os pacientes foram treinados a observarem as reações mentais, emocionais e comportamentais que os eventos cotidianos lhes provocavam e a investigarem a correlação das mesmas com sua dor física ou psíquica. Estas reações quando identificadas foram trabalhadas visando a superação e transformação das mesmas.
Resultados: Iniciamos com dois grupos, um total de 15 pacientes. Doze (80%) pacientes eram do sexo feminino e 3(20%) do sexo feminino. Dentre as 12 pacientes do sexo feminino 7 (58%) foram vítimas de violência doméstica e 1(8%) de trauma psíquico. Treze pacientes (87%) aderiram e realizaram satisfatoriamente o processo. Destes 13, todos apresentaram melhora dos sintomas iniciais e 6(46%) apresentaram remissão da dor. A melhora significativa e remissão dos sintomas foram verificadas nos 7(47%) pacientes que realizaram mais de sete sessões terapêuticas e naqueles que se conscientizaram e transformaram a reação mental, emocional e comportamental desencadeadora do processo. Todos os pacientes tinham sintomas psíquicos associados a dor crônica.
Conclusão: A meditação terapêutica fundamentada pela antroposofia mostrou-se capaz de despertar o paciente para a sua responsabilidade no seu processo de adoecimento, de oferecer recursos para a sua própria intervenção, e de possibilitar aos médicos uma oportunidade de ampliarem o seu trabalho educativo.
                                             










                                                                                                                                                                                                          

                                      




Implantação do Observatório de Medicina Antroposófica no Sistema Único de Saúde do Município de Uberlândia. Avaliação do primeiro ano de experiência.

Justificativa: Seguindo-se a aprovação da Política de Práticas Integrativas e Complementares no Estado de Minas Gerais em 2006, Uberlândia promulga no ano de 2013 a Lei nº 11309  e o decreto nº 14597, que dispõem sobre o programa municipal de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde1. Em 2014 a Medicina Antroposófica foi incorporada ao Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde do Município e iniciou se a implantação do Observatório de medicina Antroposófica.
Objetivo: Implantar um serviço de assistência aos beneficiários, de conscientização e treinamento aos profissionais de saúde, de incentivo a pesquisa e de sensibilização da comunidade para uma prática médica que visa a saúde integral, no seu contexto vital, emocional, social e espiritual.
Métodos: A implantação do serviço iniciou em agosto de 2014, com um curso de noções básicas de Antroposofia aplicada à saúde para os profissionais da rede municipal, ambulatório médico e grupo terapêutico para tratamento da dor crônica refratária em pacientes com doenças osteoarticulares e treinamento de profissionais para o acompanhamento dos primeiros três anos da criança desde sua geração, gestação, parto e puerpério.
Resultados: Dez profissionais iniciaram o curso: 3 psicólogas, 1 nutricionista, 1 médica ginecologista-obstetra, 1 médica pediatra, 1 técnica de enfermagem, 1 fonoaudióloga, e 1 educadora de Escola Municipal de Educação Infantil. No primeiro semestre o conteúdo do curso foi sobre as noções básicas de antroposofia e vivência de cura em si mesmo. No segundo semestre os alunos iniciaram o acompanhamento ao atendimento médico e terapêutico antroposófico nos pacientes com dor crônica. Estão sendo preparados para o acompanhamento dos primeiros três anos da criança que se iniciará no próximo semestre.
Conclusão: Os alunos, os beneficiários e os profissionais do Centro de Reabilitação aderiram a abordagem médica Antroposófica. Ela tem sido reconhecida como uma eficaz complementação terapêutica principalmente em casos de doenças crônicas refratárias e como uma proposta inovadora para um trabalho conjunto com a equipe de humanização do parto da secretaria municipal de saúde e dos profissionais da educação infantil da secretaria municipal de educação.
1-     Brasil. Decreto Nº 4309-A, de 30 de dezembro de 2013. Diário Oficial do Município,
Uberlândia, MG. Dispõe sobre o programa municipal de práticas integrativas e complementares em saúde- PMPICS, e dá outras providências.

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29 de julho a 1º de agosto de 2015 - XII Congresso Brasileiro de Medicina Antroposófica - Juiz de Fora- Trabalho premiado como melhor tema livre apresentado no XII Congresso Brasileiro de Medicina Antroposófica, Juiz de Fora MG.

Avaliação da abordagem médica Antroposófica na dor crônica da de pacientes portadores de doenças oesteoarticulares no centro de reabilitação da secretaria municipal de saúde de Uberlândia 
Justificativa: Com a finalidade de ampliarmos o tratamento em pacientes portadores de dor crônica, implantamos um protocolo de atendimento médico antroposófico, nos pacientes portadores de dor crônica osteoarticular no Sistema Único de Saúde.
Objetivo: Avaliar a evolução dos pacientes com dor crônica resistente ao tratamento convencional, submetidos a abordagem médica antroposófica.
Métodos: Pacientes com dor crônica refratária ao tratamento convencional foram avaliados em consulta, tratados com medicamentos antroposóficos e acompanhados em grupos de meditação terapêutica. Os grupos foram semanais, num total de 11 encontros, com duração de 2 horas. A meditação terapêutica consistiu na realização de exercícios meditativos, visão panorâmica e retrospectiva de vivências cotidianas, reprogramação de traumas, padrões e crenças negativas associados aos sintomas. 1
Resultados: Foram avaliados 33 pacientes no período de agosto de 2014 a janeiro de 2015. Destes, 15(45%) iniciaram o grupo terapêutico, 12(80%) eram do sexo feminino, 3(20%) do sexo masculino, a idade variou de 30    a       67    anos, média de 49,8 anos. Dentre as 12 pacientes do sexo feminino, 9(75%) referiram trauma psíquico e 7(58%) foram vítimas de violência doméstica. Dos 15 pacientes tratados 4(26,6%) apresentaram diagnóstico de Hérnia de disco e espondiloartrose, 3(20%) de osteoartrose, 5(33%) de tendinopatia, 1(7%) de fibromialgia, 2 (13%) de complicações pós traumatismo. Todos os pacientes apresentavam sintomas psíquicos de ansiedade, 5 de insônia, 3 de síndrome do pânico, 5 de depressão e 1 de psicose. Dos 15 pacientes, 8(53%) realizaram de 3 a 7 sessões terapêuticas, 4(27%) realizaram de 8 a 9 sessões e 3(20%) completaram as 11 sessões terapêuticas. Dos 8 pacientes que realizaram até 7 sessões terapêuticas 5(63%) apresentaram melhora do quadro inicial e 1(12%) apresentou remissão da dor. Dentre os 7 pacientes que realizaram acima de 7 sessões terapêuticas 2(29%) relataram melhora significativa do quadro inicial e 5(71%) a remissão da dor.
Conclusão: A complementação com a abordagem antroposófica possibilitou a melhora e a remissão da dor em 80% e 50% retrospectivamente dos casos. Todos os pacientes com dor apresentavam sintomas ou trauma psíquicos associados. A remissão foi mais frequente nos pacientes que realizaram acima de 7 sessões terapêuticas.
1- Steiner, Rudolf. O conhecimento dos mundos superiores: a iniciação. 4ªed.- São Paulo: Antroposófica,1996.










                                                                         



                                   
                                                                                                               






17/02/2016 – Palestra de apresentação do Curso de Princípios Antroposóficos na Educação e Saúde da criança e Noções Básicas de Antroposofia Aplicada à Saúde.



05 e 06 de março de 2016 - Início do I Curso de Princípios Antroposóficos na Educação Infantil.
Professoras: Patrícia Evangelisti, Daniela Argondizo, Cleonice Vieira.










                                     







                                     
                                     
















































19 e 20 de março de 2016- Início do II Curso de Noções Básicas de Antroposofia Aplicada à Saúde
Professores: Tânia Helena Alvares, Maria Inez Vieira Gonçalves, Katia Sirlene Carleto, José Wellington Barbosa.
                             
                                     




                                     

                                     












Grupo Terapêutico alunos do curso de educação e saúde, no CRPICS  Centro de Referência em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde

                                       


     Grupo Terapêutico de Pais e Práticas Pedagógicas com crianças






























                      




































Curso de capacitação profissionais da saúde da criança, pediatras matriciadoras, enfermeiras. Trabalho junto ao programa saúde da família. Curso de nutrição funcional, palestrante Lucyane Crosara.





Apresentação de temas livres no XIII Congresso Brasileiro de Medicina Antroposófica.



Influência do estresse emocional materno nas infecções de vias aéreas superiores recidivantes em crianças no primeiro setênio.

Tânia Helena Alvares

Justificativa: A Academia Americana de Pediatria admite que as dificuldades sociais e emocionais das famílias se intensas e continuadas podem ocasionar um prejuízo no desenvolvimento cerebral e na resposta imunológica das crianças devido ao estresse tóxico. R.Steiner, descreveu a relação entre saúde, moralidade dos adultos e impressões inconscientes nas crianças. 1
Objetivo: Avaliar o impacto do cuidado médico e terapêutico antroposófico das mães na evolução das crianças com infecções de vias aéreas superiores redicivantes no primeiro setênio de vida.
Método: Foram avaliadas 6 mães e 6 crianças com infecções de vias aéreas superiores de repetição, sem remissão com o tratamento alopático por um período de 3 meses há 2 anos. As crianças foram medicadas e reavaliadas mensalmente. As mães foram encaminhadas para um trabalho de meditação com o intuito de se reconhecer os eventos estressores e trabalhar a capacidade de enfrentamento e resiliência.2
Resultados: Seis mães foram submetidas a meditação terapêutica, um total de 11 sessões, em um período de 4 a 12 meses. A idade das mães variou de 34 a 44 anos, média de 38 anos. Os sintomas emocionais das mães na admissão foram: medo(3), culpa(1), raiva (6), insegurança(1), abandono(1), irritabilidade (1). Todas as mães relatavam eventos estressantes no momento atual: promoção cargo de coordenação(1), perseguição no trabalho, pai esfaqueado pelo tio(1), brigas com o ex- marido e mãe (1), perseguição no trabalho, demissão(1), estresse no doutorado, agressões da orientadora(1), conflito na criação dos filhos com o marido, crise financeira(1). A idade das crianças variou de 1 ano e 2 meses a 6 anos, média de 3,5 anos. Eram 3 do sexo feminino e 3 do sexo masculino. Os diagnósticos das crianças na admissão foram: sinusite(3), otite(3), amigdalite(2), conjuntivite(1), IVAS(2), bronquite(3). Os sintomas emocionais das crianças foram: agitação(3), irritabilidade(3), agressividade(1), medo(2), timidez(2), distúrbio do sono(5).  A remissão do quadro infeccioso e de suas recidivas foi verificada em todas as crianças entre o 1º e o 5º mês do tratamento da mãe.
Conclusão: Todas as crianças com infecção das vias aéreas superiores recidivantes avaliadas apresentavam-se com as mães em um momento de vida estressante. Todas as mães superaram os eventos estressores. A estabilização do quadro clínico das crianças seguiu-se a estabilização do quadro emocional materno.
1- Soldner G. Saúde e Qualidade de Vida. XI Congresso Brasileiro de Medicina Antroposófica- Palestras Magnas. Rio de Janeiro,2013.
2- Alvares TH. Meditação Terapêutica fundamentada pela antroposofia no SUS de Uberlândia. Anais do XII Congresso Brasileiro de Medicina Antroposófica. Arte Méd Ampl.2015;35(4):174.


















AMBULATÓRIO DE ANTROPOSOFIA APLICADA A SAÚDE E EDUCAÇÃO DE PAIS E CRIANÇAS NO SUS EM UBERLÂNDIA.

Grama IT, Miranda GN, Dantas ETA, Alvares TH
Ambulatório de Medicina Antroposófica CRPICS- Uberlândia

Justificativa: Atualmente o estresse infantil é considerado um problema de saúde pública classificado como tóxico quando continuado e a criança não recebe suporte de um adulto para superá-lo.1 A prevenção do estresse tóxico deve-se iniciar com a educação e conscientização dos pais a respeito da importância do cuidado afetivo e da conduta moral e protetora.1
Objetivo: Promover um trabalho terapêutico dos pais e crianças para a superação de crises. Desenvolver um espaço pedagógico inspirado pela Antroposofia para a promoção do desenvolvimento saudável das crianças.
Métodos: Todas as crianças acima de quatro anos com queixas físicas ou emocionais foram encaminhadas com os pais ao ambulatório de Antroposofia. Este ambulatório tem como integrantes: uma arte terapeuta, uma médica pediatra, uma psicóloga, uma fonoaudióloga, e a médica antroposófica coordenadora da equipe. As crianças organizadas por idades participaram de atividades pedagógicas apropriadas para cada faixa etária conduzidas pela pediatra, arte terapeuta e a fonoaudióloga, e seus pais participaram do grupo de meditação terapêutica com a médica antroposófica e a psicóloga.2
Resultados: Foram avaliadas 25 crianças de 4 a 13 anos, média de 8 anos, 22 do sexo masculino e 3 do sexo feminino, no período de agosto de 2016 a julho de 2017. O motivo do encaminhamento para a Antroposofia foi: TDH(10), Agressividade(06), Ansiedade social(07), Transtorno de habilidades escolares(13), agitação e inquietação (06), compulsão alimentar (02), enurese diurna, noturna e encoprese(1), enurese noturna(1), transtorno desafiador opositivo(2), autismo(2). As causas de estresse encontradas foram: violência doméstica(5), abandono/rejeição(10), álcool e drogas pais(04), prematuridade(02), complicação do parto (1) doença psiquiátrica materna (05), Perda afetiva (1), violência social(2), bullying (1). Das 25 crianças avaliadas, 9 e seus pais aderiram ao tratamento e participaram de 6 a 7 encontros. 8 apresentaram melhora dos sintomas iniciais: 2 em relação ao transtorno de ansiedade, 4 na dificuldade de aprendizagem, 1 na hiperatividade e agressividade e 1 na agitação, ansiedade social e agressividade. Os pais se sentiram mais seguros com o acolhimento e otimistas com uma nova maneira de compreender e abordar as dificuldades dos filhos.
Conclusão: Todas as crianças avaliadas apresentaram um nível intenso e continuado de estresse. Para o manuseio do estresse tóxico é fundamental prepararmos nossas instituições para o cuidado com os cuidadores, educadores e as famílias.
1-Shonkoff JP. Protecting brains, not simply stimulating minds. Sience, vol.333, 19 de agosto de 2011.
2-Alvares TH. Meditação Terapêutica fundamentada pela antroposofia no SUS de Uberlândia. Anais do XII Congresso Brasileiro de Medicina Antroposófica. Arte Méd Ampl.2015;35(4):174.